No início da história cristã, Agostinho acusou: ‘Muitos que chegam perto do caminho da fé afastam-se amedrontados pela vida perversa dos maus e falsos cristãos. Quantos, meus irmãos, vocês acham que são os que querem ser tornar cristãos, mas são repelidos pelos maus modos dos cristãos?’.
Se aquele que está atrás da verdade descobre que os cristãos estão do mesmo modo ensimesmados, repletos de culpa, desesperados, inseguros de seus fundamentos e assombrados pelos mesmos medos – semelhantes a muitos que, no mar, se sentem num ambiente hostil e, assim, vêem-se desorientados -, não é de admirar que tal indivíduo não sinta atração pela igreja. Uma mulher de 23 anos, fazendo um trabalho acadêmico na Universidade de Paris, escreveu o seguinte:
Para mim, um cristão é ou um homem que vive em Cristo ou um impostor. Vocês, cristãos, não percebem que é com relação a isto – ao testemunho quase superficial que vocês dão de Deus – que nós os julgamos. Vocês deveriam irradiar Cristo. Sua fé deveria fluir pra nós como um rio de vida. Deveriam nos contaminar com seu amor por Ele. É assim, então, que Deus, que era impossível, se tornaria possível para o ateu e para aqueles de nós cuja fé oscila. Não podemos evitar o choque, o transtorno e a confusão que sentimos ao ver um cristão que seja, de fato, como Cristo. E não perdoamos quando ele não o é.
Brennan Manning – Convite à loucura
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