Quem é o impostor? Sou eu! Meu ego não remido e impossível de remissão. Minha carne! O resquício que prova que ainda não estou pronto e aperfeiçoado no amor. O impostor sou eu quando recuso a graça. Sou eu quando uso de artifícios externos e superficiais para esconder todo o lixo que realmente sou. É uma faceta minha totalmente calculista, fria e inteligente que se atém a contornar situações que possam me revelar. Com certeza, quando escondo meus defeitos é o impostor que está nos bastidores sussurrando ao meu ouvido cada atitude que preserve minha fachada. É o impostor que articula cada frase de efeito, cada gesto pueril, cada reação esboçada que mantenha distante qualquer sombra de quem realmente sou. Quando entregamos nosso ser a Cristo, o impostor é o primeiro prejudicado. Ele vê diante de si todo seu trabalho ameaçado de ser desfeito e desmascarado diante de todos. É quem mais se inquieta à cada atitude de sinceridade, de humildade, mansidão e vulnerabilidade aos outros. Vê toda sua arte desfacelando-se diante de seus olhos e com certeza fará tudo para o evitar. O impostor sabe que se estiver diante de Cristo, estará cego, pobre e nu. E que nenhuma sagacidade o poderá camuflar diante daquele que sonda quem somos.
Talvez, seja isso que me incomode quando ouço que sou "a certinha". Deus sabe que não sou! Ah, se realmente soubessem quem eu sou. Ah, se não me bastasse a graça! Não quero que as pessoas vejam em mim alguém arrogante em seus princípios puritanos. Não quero que se escondam de mim quando me aproximar. Quero ser como meu Mestre, atraente e agradável. Quero lutar contra o pecado, sim! Mas, não quero fingir que não peco! Ah, se as pessoas soubessem pelo menos o que se passa em minha mente no meu momento mais podre! Acho que jamais tornaria a me chamar assim!
Quero ser manso e humilde como meu Mestre, não a "perfeitinha" como Caifás. Quero atrair as prostitutas, os homossexuais, os drogados, os ladrões, os leprosos, os pobres e até mesmo aquele pior tipo de pessoa que existe. Aquela que se parece comigo...
O poema escrito por Daniel Babugem, intitulado Impostor que sou, me será oportuno:
Acaso já se viu um epitáfio ue acuse: "Aqui jaz um impostor!" ?Tão perturbador é o impostor que sou...Meus próximos nem euConhecemos seus fracassos e mentiras...Viventes na calidez do meu interior...Não digo a verdade de quem eu sou...A minha imagem os convenceu de que sou bom...Mas, não convenceu a mim e nem a Deus...Meu ego explora verdades para me enganarNão sou mal ao ponto do desprezoNem bom o bastante a ser capaz de amarMas na calidez interior que sonhaA Sua parte em mim...Conhece meus fracassos e mentirasVocê pode ver a minha alma sem máscarasVocê sabe quem eu sou...
- BANDA HIBERNIA, Se eu disser que não
texto adaptado de Thiago Mendanha
2 comentários:
olá, Camila, fico muito feliz de finalmente encontrar uma associação adequada de uma canção nossa nesse nível. Poxa, realmente é essa a mentalidade, esse foi o sentimento motivador dessa música. Obrigado por dedicar seu tempo, seu espaço aqui e sua mente a uma reflexão que nos inclua de alguma forma.
Abraço.
Renato Santana (Hibernia)
Uma honra esse comentário, galera! :D
Deus abençoe vcs!
Só eu sei o que essa musica significa pra mim :)
Abraço!
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Se você chegou aqui algum motivo tem, mesmo que seja por acidente. Em todo caso, só lhe peço respeito. Com o que me escreve, e com o que faz com o que eu escrevo. Obrigada ;D